Este artigo identifica as contribuições do pensamento econômico de Roberto Campos e Celso Furtado com respeito à questão agrária e as descreve com respeito às diretrizes do Estatuto da Terra brasileiro, uma importante lei e instrumento de política agrária que continua vigente desde 1964. Roberto Campos tornou-se importante para a economia agrária no momento em que coordenou e participou da formulação do projeto de lei do Estatuto da Terra. Paralelamente, Celso Furtado, pelo conjunto e amplitude de sua obra, destacou-se por análises sistêmicas da economia brasileira, que incluíram frequentemente a questão agrária, além de ter sido ministro no governo anterior. Pode-se concluir que as ideias de Roberto Campos aderem, em parte, ao Estatuto da Terra, porém com pouca operacionalidade na esfera da sua aplicação. Por outro lado, o pensamento de Celso Furtado, também de forma parcial, encontra-se contido no mesmo estatuto, algumas vezes coerente com as ideias de Roberto Campos. Entretanto, no confronto de ideias, prevalecem ligeiramente as premissas encontradas nos textos de Roberto Campos.
This paper examines the economic thought of Roberto Campos and Celso Furtado regarding the agrarian question and faced with the Brazilian Land Statute, an important tool for land policy that is still in force since 1964. Roberto Campos became important to the agricultural economy because he coordinated and participated in the formulation of the bill of the Land Statute. Likewise, Celso Furtado, for the set and breadth of his work, stood out not only for systemic analysis of the Brazilian economy, which often included rural issues, but also as minister in the previous government. It can be concluded that the ideas of Roberto Campos adhere in part to the Land Statute but with little operability in its application. Moreover, the thought of Celso Furtado, also in part, is contained in the same status, sometimes consistent with the ideas of Roberto Campos. However, in the comparison, slightly prevailing assumptions found in the writings of Roberto Campos.